sábado, 30 de junho de 2012

Oswaldo Goeldi, o mestre das gravuras

Meio século após ter sido encontrado morto no quarto onde morava e habitava de favores, no bairro do Leblon, no subúrbio carioca, o artista Oswaldo Goeldi, nascido em 1895 e falecido em 1961, finalmente ganha notoriedade de suas obras, em uma das maiores retrospectivas já realizadas antes. Com curadoria de Paulo Venâncio Filho, a montagem traz ao MAM (Museu de Arte Moderna), um acervo que soma mais de 200 itens entre desenhos e gravuras. Em outra sala de caráter educativo, reune sob a organização de Lani Goeldi, sobrinha-neta do artista, além de objetos pessoais e profissionais, documentos, cartas, fotografias e uma prensa, na tentativa de reproduzir fielmente o ateliê do artista expressionista.



Criados a partir da década de 1920, quando a produção do gravador atingiu a sua maturidade, os trabalhos foram arranjados por afinidade, temática e plástica. O percurso, leva o visitante a uma trajetória em zigue-zague, passando por cruzamentos e becos, temas estes, comuns no universo sombrio de Goeldi. "A intenção foi criar uma exposição que não tivesse começo ou fim definitivos", diz o curador da exposição. Predominam as xilogravuras de alto contraste, com a atmosfera marginal e melancólica na qual a luz luta para ganhar seu espaço. Sobressaem ainda os exemplares no início da década de 1930, época em que o artista começou a explorar a cor, e a sessão dedicada ao mar e aos pescadores. 



"Um europeu sentimental exilado", como ele mesmo se definia, Goeldi era filho do cientista Emílio Augusto Goeldi, que cresceu iniciando sua carreira na Suíça. E ao voltar para o Rio de Janeiro em 1919, recusou a euforia artística do período entreguerras. Chegou a ilustrar revistas e livros, como a Obra Completa, de Fiódor Dostoievski, publicada pela Editora José Olympio em 1937. Foi ainda professor na Escolinha de Arte do Brasil e na Escola nacional de Belas Artes (Enba), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ali, abriu uma oficina de xilogravura, que mais tarde deu origem ao curso de graduação em gravura da instituição.



A exposição permanece em cartaz no MAM até 19 de agosto, das 10h às 18h. Entrada pelo portão 3 no Parque do Ibirapuera e a entrada é grátis.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Deus da Carnificina de Roman Polanski

Com uma dose extra de acidez, o diretor Roman Polanski adapta a peça teatral "Deus da Carnificina" para as telas dos cinemas, classificando a trama como selvagens na sala de estar.


O cineasta franco-polonês Roman Polanski estava confinado em seu chalé suíço quando começou a desenvolver a comédia "Deus da Carnificina". Era início de 2010, enquanto ao mesmo tempo, os jornais relembravam o motivo escandaloso da sua prisão domiciliar, envolvendo a prática de abuso sexual cometido em 1977 contra uma adolescente de apenas 13 anos de idade. Com essa ideia fixa em mente, se afeiçoava mais e mais à peça teatral da francesa Yasmina Reza, encenada em São Paulo no ano passado e, cuja a sua identificação fazia jus ao compacto, ao texto original que isolava os personagens e ao mesmo tempo, ao público, entre as quatro paredes de um apartamento.

Proibido de entrar nos Estados Unidos, o autor de "O Pianista", usou efeitos visuais e um estúdio parisiense para ambientar a história em Nova York. O filme, selecionado para a competição do Festival de Veneza de 2011, o longa-metragem não trai em nada o espírito da dramaturgia e, com um elenco afiadíssimo, perfila as obsessões, e suas ironias irresistíveis do realizador de dramas igualmente asfixiantes, como "Faca na Água", "O Bebê de Rosemary" e "A Morte e A Donzela". Só que desta vez, porém, Roman Polanski  dá preferência ao tom humorístico cáustico e nervoso.

Uma breve cena externa abre e fecha a trama. Dois meninos brigam, e um deles acaba levando uma surra. A partir daí, o roteiro se concentra na guerra entre dois casais de classe média alta, a fim de selarem um acordo de paz. Michael e Penelope, respectivamente interpretados pelos brilhantes atores John C. Reilly e Jodie Foster, pais da vítima, recebem em sua casa Nancy e Alan Cowan, personagens vividos por Kate Winslet e Christoph Waltz, cujo rebento iniciou a crise e que, ao implodir a polidez de tipos supostamente tão sensatos, o diretor dispara uma grande provocação contra a hipocrisia dos politicamente corretos. 

Os selvagens aqui, parecem estar definitivamente ocupando a sala de estar...

O Universo MARVEL agora online !

Com o enorme sucesso do Blockbuster nos cinemas de "The Avengers (Os Vingadores)", a MARVEL resolveu brindar seus leitores com um presente tamanho família. Em materia de números, estão disponíveis no site da Marvel.com exatamente 268 HQ's. E o melhor, reunindo as histórias clássicas das décadas de 1960, 1970 e 1980.



Fora as histórias das HQ's atuais, tudo isso pode ser contemplado através de uma leitura além de online, totalmente free. Isso mesmo, "de graça", ou seja, "sem pagar um centavo se quer". Para conhecer, se familiarizar, ler e reler quantas vezes quiser.

Excelente estratégia de marketing da MARVEL, provando mais uma vez o motivo de sua força poderosa no universo dos super-heróis...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Las Vegas, o playground da América

Você já deve ter ouvido falar uma centena de vezes na cidade de Las Vegas

Conhecida por muitos como o "Playground da América", Las Vegas, apesar do clima de ostentação, a capital do jogo nos Estados Unidos tem várias atrações que não custam nada. E o melhor, você pode curtir e aproveitar o quanto quiser sem ao menos desembolsar quantias exorbitantes. Enquanto os letreiros luminosos clareiam o caminho pela Fremont Street, indicando os mais desejados e agitados cassinos do mundo, a vida segue acelerada em Las Vegas. Sinônimo de ostentação e luxo, a cidade ainda é um polo de jogatina e excessos. Atrai o ano todo uma multidão de turistas dispostos a gastar até o último centavo da carteira na cidade, com a esperança de sair de lá milionários. Mesmo assim, há opções caras e baratas por aqui, basta saber procurar entre os cassinos e hotéis. Há até boas atrações gratuitas, quase um paradoxo neste paraíso artificial em meio ao deserto americano. Cenário de filmes do espião mais famoso do cinema, James Bond, e também dos mais recentes "Onze Homens e um Segredo" e "Se Beber não Case", a cidade, à primeira vista, tem se tornado um destino cada vez mais acessível para os brasileiros, apesar do dólar alto. Com diárias em hotéis de três, quatro estrelas, por menos de US$ 40, passar uns dias em Las Vegas não é um sonho tão distante assim. Se o roteiro incluir atrações grátis, a viagem pode ficar ainda mais em conta. Veja a lista de dez bons passeios gratuitos em Las Vegas, como visitas a museus, apresentações e shows. Aproveite a economia para tentar a sorte nas roletas e caça-níqueis de Las Vegas. James Bond que se cuide.

Um bom exemplo, é o Vulcão do Hotel Mirage. Bem no meio da Vegas Strip, a rua mais famosa da cidade, o Volcano, como é chamada a atração, “entra em erupção” a cada 15 minutos, do anoitecer até a meia noite. Composto por 12 chamas flamejantes, efeitos especiais e atiradores de fogo, o vulcão artificial é realmente furiosamente lindo durante a noite. Principalmente durante a noite.




Caminhada pela Fremont Street. Se você quer sentir a atmosfera de Las Vegas, nada melhor do que dar uma volta por esta rua frenética. Batizada assim em homenagem ao explorador John Charles Frémont, o lugar ocupa exatamente cinco quarteirões no centro da cidade. Ladeada pelos cassinos mais famosos de Vegas, a rua é passagem quase obrigatória no caminho das principais atrações do lugar.

Em alguns dias da semana, o Freemont Street Experience transforma a cobertura da imensa rua em uma tela multimídia gigante, com música, animação e jogo de luzes.


A maior estátua de bronze dos EUA, com mais de 50 toneladas, a estátua do símbolo da MGM, um leão, é uma das atrações do Hotel Casino MGM Grand. Inaugurada em 1998, ela relembra as aberturas dos filmes feitos pela produtora. Imponente, não?


Sereias do Silverton Casino Hotel. Além encontrar com Elvis Presley, Las Vegas também proporciona outras surpresas, como o show com as sereias do Silverton Casino Hotel. Em um aquário com mais de 400 peixes, as cinco dançarinas aquáticas se apresentam em coreografias especiais para os visitantes do empreendimento. Com diversas apresentações diárias as quintas, sextas, sábados e domingos, o show das sereias é um dos únicos do tipo no mundo a exibir essas beldades mutantes.


Carnaval de Veneza. A magia das máscaras e fantasias do carnaval de Veneza também está presente em Las Vegas. Com duração de 15 minutos, a apresentação inclui danças folclóricas italianas e números de ópera. O show acontece diariamente, em vários horários, no Hotel Venetian e pode ser assistido, inclusive, por crianças e adultos de todas as idades.


Lembra do filme "Ocean's Eleven (Onze Homens E Um Segredo)"? A ação se passava em um golpe aplicado em um dos hotéis mais famosos de Las Vegas, o Bellagio. Fonte do Hotel Bellagio. Milimetricamente ordenadas, as águas da fonte do Bellagio fazem uma coreografia com luzes de diversas cores e músicas românticas, criando um espetáculo único. O show tem hora marcada e acontece de 30 em 30 minutos durante a tarde e de 15 em 15 minutos à noite. Pois bem, quem sabe você dá sorte e dá de cara com Dany Ocean e sua turma aprontando por lá...


Ir a Las Vegas e não assistir ao menos a um cover do Rei do Rock é quase um sacrilégio. Peter Vallee é uma espécie de versão “rechonchuda” do cantor, “The Pelvis”, e se apresenta de segunda a sexta-feira no Gamblin Bill '& Saloon, às 15h, 17h e 18h30. Cantando os sucessos da carreira do Rei, o “Big Elvis” interage com o público e convida os participantes para participar do show. Você irá acreditar que ele realmente não morreu. Apenas mudou-se de endereço.


Visita a Bonnie e Clydeum pouco mais afastado do centro, no resort Whiskey Pete, é possível visitar o Ford V-8 original usado na fuga do casal de bandidos mais famoso da história, Bonnie e Clyde. Além de conferir o automóvel cravejado de balas, o pequeno museu também guarda a camiseta que Clyde usava na manhã de sua morte e os cartazes que foram espalhados durante a caçada pelos Estados Unidos. Isso é o que se pode chamar de "amor bandido".


Shows circences do Circus Circus, sempre a partir das 11 horas da manhã, trapezistas, mágicos, contorcionistas e equilibristas revezam-se em apresentações gratuitas durante todo o dia, com performances dignas dos maiores espetáculos do tipo. Considerado o maior circo permanente do mundo, o Circus Circus é uma das atrações que fazem a viagem para Las Vegas uma experiência única.


O mundo da Coca-Cola. Se você é fã desta marca de refrigerante, vai se emocionar quando der de cara com a imensa garrafa da famosa bebida na entrada do lugar. Misto de museu e loja, este local conta a história da Coca-Cola e oferece diversos artigos da marca, como camisetas, bolsas, bonés e relógios. 


Além disso, no segundo andar você poderá provar refrigerantes de cores e sabores diferentes, comer doces e sorvetes com o sabor de Coca-Cola. Localizada na Strip, a rua mais famosa de Las Vegas, a casa funciona todos os dias em horário comercial. 

Isso é Las Vegas, o playground da América.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O amor vive no cérebro

Qual parte do cérebro, é responsável pelo amor? 

A ciência responde. Pesquisa canadense faz o primeiro mapeamento da região cerebral ativada pelos sentimentos de amor e de desejo sexual e afirma que, ambos estão relacionados. 


Graças à ciência moderna, nós sabemos que o amor vive no cérebro, e não no coração. Mas que parte do cérebro este sentimento ativa? Será que é o mesmo local que o desejo sexual? De acordo com pesquisa publicada na revista Journal of Sexual Medicine, cientistas da Universidade Concordia, no Canadá, foram os primeiros a desenhar um mapa exato da atividade destes dois sentimentos no cérebro. “Ninguém nunca havia colocado os dois juntos para comparar os padrões de ativação no órgão”, explica Jim Pfaus, um dos autores do estudo, em nota publicada pela universidade. “Nós não sabíamos o que esperar, os sentimentos podiam estar completamente separados. Descobrimos, porém, que o amor e o desejo ativam áreas específicas e relacionadas do cérebro”, conta. 

Na pesquisa, os cientistas analisaram os resultados de 20 outros estudos científicos. Os trabalhos haviam examinado atividades cerebrais de indivíduos, enquanto estes eram submetidos a determinadas tarefas, como observar imagens eróticas ou olhar fotografias de pessoas amadas. Ao reunir todos esses dados, os pesquisadores canadenses foram capazes de criar um mapeamento completo do amor e do desejo no cérebro. 

Eles descobriram que duas estruturas cerebrais em particular, a ínsula e o estriado, são responsáveis pelo acompanhamento da progressão tanto do desejo sexual, quanto do amor. A ínsula está localizada no meio do cérebro, praticamente dividindo-o em dois. O estriado está bem próximo, porém na parte frontal do órgão, em uma região conhecida como prosencéfalo

O amor e o desejo sexual, porém, ativam áreas diferentes de cada uma dessas partes. A região específica atingida pelo amor no estriado, por exemplo, é a mesma associada ao vício de drogas. “O amor funciona no cérebro do mesmo jeito que as drogas em pessoas que se tornam viciadas”, explica Jim Pfaus. A diferença, segundo o cientista, é que o vício em narcóticos é um hábito ruim, e o amor é um hábito bom. Além disso, os pesquisadores descobriram que o desejo sexual deixa as regiões do cérebro mais ativas do que o amor. “Enquanto o desejo tem um objetivo muito específico, o amor é um sentimento mais abstrato e complexo, por isso é menos dependente da presença física de uma pessoa", por exemplo, conta Pfaus. De acordo com o pesquisador, a neurociência dá muitas respostas aos cientistas sobre as atividades cerebrais exercidas por fatores como a inteligência e a resolução de problemas, mas ainda há muito a se descobrir sobre o amor. “Eu vejo este trabalho como um grande começo. Acredito que vai estimular outros estudiosos a realizarem mais pesquisas em neurociência social humana, a fim de desvendar de uma vez por todas o que é o amor".

Quem ama, cuida...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Os segredos de um rosto sempre jovem e bonito

A drenagem linfática facial é uma técnica de massagem que ajuda a eliminar toxinas e ativar a circulação sangüínea e que pode atuar de forma preventiva na manutenção de um rosto jovem, bonito e saudável.




Beleza pode não se colocar à mesa como muitos dizem, mas certamente é importante para o seu dia-a-dia que você esteja sempre com sua pele bem descansada e firme. E não é necessário muito não. Basta seguir o vídeo atentamente que explica passo a passo como você pode fazer esta massagem diáriamente em casa e em apenas três minutinhos. 





E lembre-se, para ficar sempre bela, vale o investimento!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Vichyssoise". Uma sopa e tanto...

Quem nunca ouviu falar desta clássica sopa? Originalmente da culinária francesa, a "Vichyssoise" é servida ao contrário das outras sopas, fria. Na veradade se trata de uma entrada e não própriamente dita, uma refeição. Mas vai bem em qualquer que seja a ocasião e você certamente não precisará de muito trabalho para fazê-la. 

Anote os ingredientes necessários desta iguaria européia e deleite-se com os elogios de seus convidados ao serví-la:


  • 1 ½ xícara (chá) de alho-poró cortado em rodelas (parte branca) ;
  • 1 xícara (chá) de creme de leite fresco ;
  • ½ litro de caldo de frango;
  • 2 colheres de sopa de cebolinha picada;
  • 2 batatas grandes descascadas, em cubos;
  • 50 gramas de manteiga sem sal;
  • 1 cebola pequena finamente picada;
  • Noz moscada a gosto;
  • Pimenta do reino a gosto;
  • Sal a gosto.


Modo de preparo:



Refogar a cebola e o alho poró na manteiga até ficarem “transparentes”. Acrescentar a batata e o caldo de frango. Cozinhar até a batata ficar macia (cerca de 15 minutos após a fervura) e bater tudo no liquidificador. Retornar ao fogo baixo. Juntar o creme de leite, acrescentar o tempero com as especiarias. Servir imediatamente decorado com a cebolinha. Lembre-se, esta, é uma sopa tradicionalmente servida fria. Mas se quiser optar por servir quente, fica a seu critério. 


Ruim não fica e combina bem com esses dias frios de inverno...



sábado, 23 de junho de 2012

Alan Turing, o pai da da ciência da computação


Alan Mathison Turing, (23 de Junho de 1912 - 7 de Junho de 1954), foi um matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico. Foi influente no desenvolvimento da ciência da computação e proporcionou uma formalização do conceito de algoritmo e computação com a máquina de Turing, desempenhando um papel importante na criação do moderno computador. Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing trabalhou para a inteligência britânica em Bletchley Park, num centro especializado em quebra de códigos. Por um tempo ele foi chefe de Hut 8, a seção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã. Planejou uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo o método da bomba, uma máquina eletromecânica que poderia encontrar definições para a máquina Enigma. Após a guerra, trabalhou no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, onde criou um dos primeiros projetos para um computador de programa armazenado, o ACEMais para o fim de sua vida, Turing tornou-se interessado em química. Escreveu um artigo sobre a base química da morfogênese, e previu as reações químicas oscilantes como a reação Belousov-Zhabotinsky, que foram observadas pela primeira vez na década de 1960.


A homossexualidade de Turing resultou em um processo criminal em 1952 - os atos homossexuais eram ilegais no Reino Unido na época, e ele aceitou o tratamento com hormônios femininos, castração química, como alternativa à prisão. Morreu em 1954, algumas semanas antes de seu aniversário de 42 anos, devido a um aparente auto administrado envenenamento por cianeto, apesar de sua mãe (e alguns outros) ter considerado a sua morte acidental. Em 10 de setembro de 2009, após uma campanha de internet, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público, em nome do governo britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado após a guerra. A maior parte de seu trabalho foi desenvolvida na área de espionagem e, por isso, somente em 1975 veio a ser considerado o Pai da informática.


Dedicava-se a teoremas que podiam ser comprovados, e à Teoria da Computabilidade. A sua preocupação depois de formado era o que se poderia fazer através da computação. Suas respostas iniciais vieram sob a forma teórica. Sua consagração veio aos 24 anos de idade, com a projeção de uma máquina que, de acordo com um sistema formal, pudesse fazer operações computacionais. Mostrou como um simples sistema automático poderia manipular símbolos de um sistema de regras próprias. A máquina teórica de Turing pode indicar que sistemas poderosos poderiam ser construídos. Tornou possível o processamento de símbolos, ligando a abstração de sistemas cognitivos e a realidade concreta dos números. Isto é buscado até hoje por pesquisadores de sistemas com Inteligência Artificial (IA). Para comprovar a inteligência artificial ou não de um computador, Turing desenvolveu um teste que consistia em um operador não poder diferenciar se as respostas a perguntas elaboradas pelo operador eram vindas ou não de um computador. Caso afirmativo, o computador poderia ser considerado como dotado de inteligência artificial. Sua máquina pode ser programada de tal modo que pode imitar qualquer sistema formal. A ideia de computabilidade começou a ser delineada.


Em 1943, sob sua liderança foi projetado o Colossus, computador inglês que foi utilizado na Segunda Guerra Mundial. Utilizava símbolos perfurados em fitas de papel que processava a uma velocidade de 25 mil caracteres por segundo. O Colossus tinha a missão de quebrar códigos alemães ultrassecretos produzidos por um tipo de máquina de codificação chamada Enigma. Os códigos mudavam frequentemente, obrigando a que o projeto do Colossus devesse tornar a decifração bastante rápida. Turing foi depois até os EUA para um projeto de transmissão de dados transatlânticos de forma segura.


Como homossexual declarado, no início dos anos 1950 foi humilhado em público, impedido de acompanhar estudos sobre computadores, julgado por "vícios impróprios" e condenado a terapias à base de estrogénio, um hormônio (hormona) feminino o que, de fato, equivalia a castração química e que teve o humilhante efeito secundário de lhe fazer crescer seios.


Em 8 de junho de 1954, um criado de Turing encontrou-o morto, o que tinha ocorrido no dia anterior, em sua residência em Wilmslow, Cheshire. Um exame post-mortem estabeleceu que a causa da morte foi envenenamento por cianeto. Quando seu corpo foi descoberto, uma maçã estava meio comida ao lado de sua cama, e embora a maçã não tenha sido testada quanto ao cianeto, especula-se que este foi o meio pelo qual uma dose fatal foi ingerida. Um inquérito determinou que ele tivesse cometido suicídio, tendo sido então cremado no crematório de Woking em 12 de junho de 1954.  A mãe de Turing argumentou com veemência que a ingestão fora acidental, causada pelo armazenamento descuidado de seu filho de produtos químicos de laboratório. O biógrafo Andrew Hodges sugere que Turing pode ter se matado deliberadamente de forma bastante ambígua para dar à sua mãe alguma negação plausível. Outros sugerem que Turing estava encenando uma cena do filme Branca de Neve, de 1937, seu conto de fadas favorito, salientando que ele tinha "um prazer especialmente mordaz na cena em que a bruxa malvada mergulha a maçã na poção venenosa." Em 11 de setembro de 2009, 55 anos após sua morte, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, pediu desculpas formais em nome do governo britânico pelo tratamento preconceituoso e desumano dado a Turing, que o levou ao suicídio.

Parte de sua vida foi retratada no telefilme “Breaking the Code” de 1996 com o ator Derek Jacobi no papel principal.

Devido a todos esses feitos, Alan Turing é tido como o Pai da ciência da computação.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mistério e suspense na peça teatral "ATREVA-SE".

Uma comédia onde nada é exatamente o que parece ser, dentro de uma atmosfera explicitamente inspirada no antigo cinema noir, o espetáculo, é a mais nova peça dirigida pelo apresentador, entrevistador e humorista Jô Soares, que promete surpreender o espectador com doses de mistério e suspense como num "trem-fantasma".


Os personagens da trama "ATREVA-SE", são tão sombrios quanto a mansão, local onde se desenrola toda a trama encenada em uma sátira, onde um mistério só é revelado através de outro mistério, e outro mistério que chega antes do suspense prestes a ser revelado depois do mistério. Complicado, confuso, difícil de compreender?! 


Cada detalhe dos cenários e figurinos, foi minuciosamente pensado em transmitir ao espectador, como se estivesse assistindo a um filme clássico em preto e branco. Totalmente em preto e branco, o clima nostálgico e clássico, ajuda a dar esse ar de mistério e suspense ao espectador, como se estivesse dentro de uma mansão mal-assombrada. 


Na peça, o espectador é jogado de um lado e de outro, atrás de pistas que podem revelar o próximo acontecimento. Essa ajuda, curiosamente, vem de um dos personagens da peça que se mistura à plateia durante o espetáculo. A atriz Mariana Santos, por exemplo, é a única personagem da trama, que não contracena no palco. Permanecendo junto ao público durante o espetáculo, a atriz tenta explicar o "inexplicável". 


Mas, será que a moça bonita esconde algo? A atriz Julia Rabel, define sua personagem como sendo uma pessoa que não é apenas boazinha, mas carrega sua parcela de maldade a mais, que os outros personagens da história. 


E qual será o segredo da governanta? Quer saber mais sobre os mistérios que cercam estes enigmáticos personagens centrados numa trama de suspense? Então "ATREVA-SE" a assistir a peça. 


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Bariloche. A fênix da neve


Conheci Bariloche aos 15 anos, por incrível que possa parecer, através de relatos e experiências vividas por amigos e conhecidos meus. Sempre tive vontade de conhecer a "Fênix da Neve". Me lembro nos meus tempos de colégio, quando amigos meus me contavam por horas a fio, seus diários de viagens nas férias de inverno, na metade do ano letivo. Claro, eu, ficava maravilhado em êxtase só ouvindo. Uma amiga minha havia me relatado a  primeira vez que voava, e teve a sorte de aterrissar olhando o cenário desde a cabine do avião, pois o piloto era pai de um colega da escola. Viajavam no jato da Aerolíneas Argentinas ela, seu pai e sua avó, que era, de fato, a responsável por aquela viagem (um presente que ganhou de aniversário). Para a maioria dos jovens argentinos, ela fora uma delas, o sul do país tem uma dimensão meio mística. É a natureza profunda, anímica. Mas Bariloche é também o seu oposto, o lazer aguardado, o destino número 1 de férias, a Porto Seguro gelada. Milhares de estudantes argentinos vão à cidade como prêmio de formatura e têm ali o rito simbólico do fim da adolescência. 

Bariloche, ou São Carlos de Bariloche, seu nome oficial, tem, pode-se dizer, as cores da bandeira argentina, o céu muito azul contra o branco de seus picos nevados. É assim que os brasileiros a querem, pois viajam para cá no meio do ano, quando se abre a temporada de esqui. O português ou um pouco esforçado portunhol domina as conversações na cidade em julho. Não é a língua que se ouve em janeiro, no verão. No inverno, o português deixou saudade. A cidade ficou às moscas, ou melhor, às cinzas (às cinzas do vulcão chileno Puyehue, que interromperam o tráfego aéreo na região e, por consequência, derrubaram o turismo de Bariloche). Em 2012, se a cidade não assiste a lançamentos hoteleiros nem tem grandes novidades em seus centros de esqui, carrega as mais altas expectativas, já que o número esperado de visitantes pode estar estimado em mais ou menos em até 20 mil brasileiros nesta temporada, segundo o próprio turismo local.


O vilão, o Puyehue, se acalmou, o que não significa que tenha cessado sua atividade. De qualquer forma, o aeroporto não enfrentou mais problemas e se tornou o mais seguro da Argentina. A pista foi reformada, e um sistema que mede a concentração de cinzas na atmosfera começou a funcionar. Se, como dizem na Argentina, “não há mal que por bem não venha”, para o incremento do aeroporto as cinzas certamente serviram. Bariloche já tem seu mascote oficioso deste inverno: a ave fabulosa fênix, que renasce das cinzas. Os 120 vôos charter esperados desde o Brasil são suas asas.


Principal estação de esqui da Argentina, Cerro Catedral volta a exibir suas atrações aos brasileiros, especialmente para aqueles que sabem, ainda que mais ou menos, esquiar. Depois do snow tubing e do esqui de fundo (prática com equipamento mais leve e em pistas mais planas) dos anos recentes, a novidade de 2012 é de ordem administrativa, com a concessão da montanha à iniciativa privada. Não somou nenhum metro de área esquiável a seus 120 quilômetros de pistas, mas divulga melhorias em segurança e manutenção de equipamentos. Justi Olivieri que, aos 59 anos e 70 temporadas de esqui, incluindo algumas delas na Europa, chefia 450 instrutores na escola de Cerro Catedral, na base da montanha. Segundo ele, os brasileiros “são divertidos, indisciplinados e costumam aprender rápido porque têm boa relação com seu corpo”É claro que sua opinião ao se manifestar é diferente quando lhe perguntam sobre a relação dos brasileiros com a bola. O que é fato. Mas Catedral é a grande estação, onde a neve se espalha por outros lugares. Numa das faces do Cerro Otto, famoso pela confeitaria giratória a 1.405 metros de altitude, está o Centro de Esqui Nórdico, onde a brincadeira é andar de quadriciclos adaptados por bosques de onde se vê o lindo Lago Nahuel Huapi. Trenós puxados por motos também podem ser usados. O turista mais sustentável talvez prefira caminhadas sobre a neve, em raquetas. É uma interessante opção para um passeio em família, quando os filhos ainda não descartam a companhia dos pais por estes não saberem fazer slalons ou outras manobras radicais. Do outro lado do Otto está Piedras Blancas, com cinco pistas para a prática do famoso e conhecido esquibunda (esporte praticado também nas dunas de areia na região Nordeste brasileira, durante o verão, alta temporada).


Hotéis que vão para sua primeira grande temporada de inverno na cidade, como o Alma del Lago, categoria cinco-estrelas que pode até ser considerado em Bariloche, o próprio Taj Mahal para o hóspede. Mas as suítes de cerca de 40 metros quadrados estam mais para Lost in Translation: um luxo contido, executivo, fio, moderno, sem rococós ou objetos de decoração que imaginamos como se estivéssemos na casa da abuelita tirolesa. No térreo, há sauna seca e úmida, além de uma piscina de 17 metros com bela vista do Lago Nahuel Huapi. Já o Villa Huinid, de acordo com o que dizem os turistas, o tratamento é melhorzinho. O local tem apartamentos no prédio principal e cabanas mais isoladas e um spa com tratamentos faciais. A grande referência hoteleira de Bariloche segue sendo o Llao Llao. São 205 quartos, campo de golfe de 18 lugares, spa e um salão de chá que pode justificar a visita caso você não possa ou não tenha interesse de se hospedar ali.


Um bom catre e uma boa gastronomia, também não ficam atrás em Bariloche. Isso, porque agora que pipocam pela metrópole bares dedicados a cervejas artesanais, acabou se tornando um novo vício dos brasileiros, eles não sofrerão de abstinência em Bariloche. Hoje já são cerca de 20 pequenas cervejarias na cidade, e seus donos começam a se organizar para ofertar uma experiência mais completa. O slogan da associação, eles já têm: “Feliz encontro entre as pessoas”. Nesses estabelecimentos, às vezes a fábrica está dentro do bar, e não o contrário, como no caso da Blest, a pioneira. O funcionários do estabelecimento, explicam que a qualidade e a pureza da água local e o lúpulo que se consegue pela região são fatores determinantes para a qualidade do produto. Há até uma levedura de cerveja nativa dos bosques da Patagônia, que é elaborada a partir do fungo llao-llao e que deu origem à levedura híbrida que hoje se usa correntemente na produção das cervejas do tipo lager. A alguns quilômetros da Blest, Ángel Perticará, dono do Konna, na área central da cidade, reafirma o espírito de fraternidade nativo. Diz ele que os produtores artesanais se cotizam para apresentar seus rótulos em feiras e encontros. “Já ganhamos prêmios em Blumenau.” No fim de novembro, Bariloche tem um evento marcado, que é o primeiro Festival Latino-americano de Cerveja Artesanal, com direito a degustações, cursos, charangas e muito consumo do precioso líquido.


Como todo recanto invernal, Bariloche é também famoso por seu chocolate. A família Fenoglio, italiana, foi a pioneira em uma década que já se perdeu nas brumas. As marcas Rapa Nui, El Turista, Mamushka, Fenoglio, Abuela Goye e Frantom se destacam. Na Frantom, o cacau vem da Bahia, que, de tanto observar os brasileiros que acorrem à loja, os define como “gente a quem é melhor nada impor”. Curioso constatar que os brasileiros acabam por vir a Bariloche repatriar, agora elegantemente empacotado, o alimento tropical de seu país. São as voltas da vida. 


Mas esse é um caso de exceção. A culinária de Bariloche tem sabores que são próprios. Peixes de água doce, como a truta e o salmão; animais típicos destas latitudes, como o cervo, o javali, o cordeiro e sobremesas preparadas com frutos finos como arándanos, framboesas e outros berries. Tudo isso se pode desfrutar em lugares como o El Patacón, um dos restaurantes de insígnia de Bariloche, que tem também uma festejada truta negra. Perto do Llao Llao, o Il Gabbiano, é um irresistível convite ao passante com sua fachada de madeira. Salmão, ravióli de abóbora e coelho ao alho se fazem acompanhar por uma carta de vinhos completa que inclui rótulos italianos e franceses.


Como diria o compositor e poeta musical argentino Spinetta, Bariloche faz bem. “A neve borra a maldade e cura todas as feridas da alma”. Abençoado seja.