quarta-feira, 30 de maio de 2012

Redes sociais para bichinhos de estimação

Quem disse que sites de relacionamentos são exclusivos para pessoas? As redes sociais para bichinhos de estimação vão ficando cada vez mais populares e ganhando mais adeptos tanto no Brasil quanto no mundo. Exemplo disso são os sites PetisAnimal Club e The Pet’s Universe, que estão aí para mostrar que essa nova mania veio para ficar. E as redes acabam se tornando um ambiente propício para se apaixonar por esses animais, que esbanjam alegria em fotos engraçadas e fofas. Mas existe também um espaço para trocar dicas e experiências – por exemplo como agasalhar o seu bicho no frio ou a melhor maneira de usar produtos de limpeza sem intoxicar seus animais. Além disso, os donos mostram a preocupação com assuntos que vão desde maus tratos, direito dos animais, doenças, divulgação de bichos desaparecidos até adotar um animal de rua.



A musicista Aline Love, de 29 anos, e seu marido Carlos Vinícius de Sá, de 30 anos, acharam por acaso a rede social Animal Club e logo cadastraram seu beagle Erasmo Carlos, de 11 meses. Como você provavelmente já percebeu, o cão recebeu o mesmo nome do cantor e compositor brasileiro, já que os donos são grandes admiradores do trabalho e da personalidade do "Tremendão". O cachorro possui quase 6 mil bichos "filiados" (animais que o seguem), entra todos os dias no site e adiciona regularmente todos os novos membros - sejam eles cães, gatos, aves ou répteis. Erasmo, que mora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, até adicionou os donos dos animais no Facebook e MSN. Mas, infelizmente, não conseguiu marcar um encontro fora do mundo virtual por causa da distância, já que não existem muitos usuários em sua cidade. Para Aline, o carinho por seu cão fez com que ela o incluísse em uma rede social para petsA vontade de cadastrar seu bichinho de estimação é antiga. Antes de criar um perfil no Animal Club, o beagle também já fez parte do PlugPet e Facedog. Ele até tem um perfil no Facebook, na qual posta fotos, vídeos, curte e comenta as publicações dos outros - igual a qualquer pessoa com um perfil na rede social. Além disso, Erasmo é adicionado pelos amigos de Aline e até por muitos beagles do exterior. 



O casal tem muitas histórias para contar sobre o seu cão. Uma delas aconteceu quando Aline resolveu comer biscoito de água e sal com um pote de chimia, parecido com uma geleia, e dar metade para o Erasmo. Mas, acidentalmente, ela derrubou as duas partes no chão. “Ele comeu a metade dele e ficou empurrando com o focinho a minha parte para eu comer. Foi muito engraçado, pois os beagles são esganados. Eu imaginei que ele fosse abocanhar tudo, mas ele teve consideração", disse. O perfil de Erasmo no Animal Club tem muitas fotos fofas e engraçadas. Nelas, ele aparece filhote, brincando com os amigos e até comendo petiscos. Confira abaixo o vídeo da primeira Páscoa do cão. 



A poodle Dory, de 3 anos, é mais um dos animais que aderiu a febre das redes sociais para bichinhos. A dona e enfermeira Márcia Marrocos, de 39 anos, conheceu o site por meio de uma amiga e a sua cadelinha já se encontrou com outros pets do mesmo prédio - que também têm perfil no site de relacionamento. Para a moradora de Recife, em Pernambuco, os donos são apenas os meios para que o bichinho de estimação faça parte dos sites de relacionamento, ou seja, o portal é totalmente focado neles. “Amo muito os animais e estar num lugar onde as pessoas entendem e valorizam essa relação é muito bom, e desta vez quem tem a "voz" são eles. Eu sempre digo para os meus filhos e amigos que a Dory "conversa" comigo e eu consigo entender o que ela quer, se está triste, feliz ou com medo”, ressalta. 


Outra usuária apaixonada por animais é a comerciante Eneida Fernandes, de 43 anos, que praticamente possui um zoológico em casa. Isso porque ela tem a poodle Paty, de 10 anos e os calopsitas, Bolachinha, de 3 meses, e seus pais Biscoitinho, de 9 meses, e Julieta, de 2 anos. E o mais impressionante: todos eles estão na rede social Animal Club, exceto o Bolachinha



Cada um dos seus bichinhos tem, em média, 50 amigos. Paty tem na sua lista cachorros enquanto os calopsitas se relacionam no site com pássaros. Apesar dos encontros e “cãosamentos” promovidos pelos usuários, os animais de Eneida não conseguem encontrar pessoalmente os amigos da rede social, pois moram longe dos locais dos eventos. A moradora de Porto Velho, em Rondônia, destaca que sempre gostou bastante de bichinhos, e isso fez ela cadastrar os seus animais em uma rede social. É tanto amor, que ela ainda deixou de lado o MSN e Orkut de uso pessoal para entrar mais vezes na rede social dos seus animais: "Quando vi o site do Animal Club com tantos bichinhos e cada um com uma história fiquei apaixonada”, disse. 


Os pets de Eneida tem várias manias engraçadas. A Paty gosta de comer cream cracker e arranca as plantinhas recém-plantadas da dona, enquanto o Biscoitinho sabe assobiar a música “Atirei o pau no gato”Biscoitinho, que é o xodozinho da dona, tem mais de 90 fotos e vários vídeos fofos. Veja abaixo o calopsita aprendendo a assobiar.


Você encontrará nas redes sociais Petis, The Pet’s Universe e Animal Club as mesmas ferramentas dos demais sites de relacionamento (como Facebook, Orkut e afins):possibilidade de enviar fotos, vídeos e criar comunidades. Mas eles apresentam uma interface voltada para o seu público-alvo e o melhor de tudo: promove uma interação entre os animais. Confira abaixo os sites direcionados aos melhores amigos do homem. O fundador e administrador do site Petis, Rudinei Modezejewski, de 41 anos, conta que a rede social voltada para os animais estreou em novembro de 2010. O portal foi criado com o intuito de achar uma namorada para o cão Lucky, da raça Dachshund, mas após ver o crescimento do projeto ele decidiu mudar o foco, investindo na troca de experiências e de informações. 

Para ele, o site também é utilizado para gerar uma interação entre os usuários da rede social e as indústrias do setor pet, canis e petshops, por exemplo. “O objetivo principal é ter um espaço para compartilhar experiências com outras pessoas que também tem bichinhos de estimação e os amam, mas estamos ampliando para algo mais nobre: ajudar os animais de rua e quem os protege, ou seja, as ONGs e Protetores”, disse. O site de relacionamento, que tem pouco mais de mil usuários cadastrados, tem público predominantemente feminino, entre 20 e 40 anos, deixando as crianças e adolescentes de fora desta estatística. Em relação à quantidade de perfis, Rudinei destaca que os cães ganham por pouco. “Temos uma pequena diferença a favor dos cães, mas é pequena... também temos pessoas que tem lagartos, peixes, aves e até coelhos”, ressalta. Existe ainda, dentro do site, um espaço para blogs, grupos e fóruns de discussão. Neles, é possível  contar experiências com os bichinhos, e muitos deles mostram usuários engajados com diversos temas como maus tratos de animais, direito dos bichos e divulgação de pets desaparecidos. Ele mostra que posts sobre animais perdidos se difundem rapidamente em outras redes sociais e muitas vezes, pensa que, ao ver tanta gente envolvida e com os mesmos laços de amor pelos animais as pessoas se sentem mais à vontade para perguntar, opinar e até pedir ajuda, conforme ele tem observado Segundo Rudinei, o Petis se aproxima dos demais sites de relacionamentos (como Facebook e Orkut) pelo formato e navegação, já que a rede social utiliza a plataforma NING, que é bastante conhecida. Por outro lado, eles se diferenciam na validade das publicações, uma vez que no Petis os debates são muitas vezes respondidos depois de criados, o que garante que novos leitores “acrescentam mais coisas e retro-alimentem” as discussões. 
A rede social Animal Club, que possui cerca de 7.150 donos e 10.000 animais de estimação, foi criada pelo programador, Hiury Barbiero, de 22 anos, e a web designer, Paloma Rondon, de 23 anos, em maio de 2011. Como é de se imaginar a grande parte dos perfis são de cachorros. Depois deles estão os gatos, pássaros, roedores, peixes, coelhos, tartarugas, cobras, lagartos, aranhas, e até ouriço do mar.

A inspiração surgiu na procura de amigos para o poodle Chameguinho. E quando o cachorro morreu, com apenas 1 ano e meio, no final de 2010, os fundadores do site pensaram em desistir, mas a cadela Ternura, com 3 meses na época, também da raça poodle, que deu forças para conseguir concluir o projeto. Segundo Hiury, o site promove um relação mais forte entre o dono e seu bicho de estimação.

A rede social tem ferramentas curiosas. Exemplo disso é a aba Falam de Mim, que mostra o que as pessoas divulgam a respeito do seu bichinho no site e a opção Meu Dono, com informações pessoas dos proprietários dos pets. Além disso, você pode procurar pelo animal com uma busca detalhada por: nome, sexo, gênero, raça, relacionamento, cidade, estado e paísPara Hiury, o objetivo desse recurso é a possibilidade de encontrar uma pessoa que tenha o mesmo animal que o seu para que seja possível um encontro pessoalmente. Com 35%, a faixa etária predominante na rede social está entre 21 e 30 anos. Logo atrás estão os usuários entre 16 e 20 anos (19%), menos de 15 anos e entre 31 e 40 anos (17%), entre 41 e 60 anos (11%) e, por último, mais de 60 anos (1%).
Outro dado revela que 26% dos homens estão presentes no site, enquanto 74% das mulheres criaram perfis para os seus bichinhos de estimação. Isso revela, mais uma vez, que tanto o Animal Club quanto os demais sites voltados para os animais concentram na sua maioria o sexo feminino

Segundo a equipe do Animal Club, o público costuma trocar, em média, 1.000 mensagens por dia. Isso faz com que os usuários costumam publicar as atividades que praticam com seus animais e os momentos descontraídos através de fotos, vídeos e recados, contando geralmente o que o animal andou “aprontando”.
A ideia para fazer a rede social surgiu da filha, Fernanda Mendes, do fundador do The Pet’s Universe, Flávio Mendes, de 48 anos, que o estimulou a criar o PetBook, uma referência ao Facebook. A partir disso, ele, que trabalha com novas mídias na IBM, aliou o seu trabalho com o desejo da menina. O site, oficialmente lançado em 20 de janeiro de 2011, tem de tudo: cachorros, gatos, tartarugas, porquinhos da índia, calopsitas e até mesmo um cavalo. Não é de se espantar que o portal tenha 3.460 membros. Na página inicial do site existe, por exemplo, um espaço para divulgar aniversários, "o que está acontecendo agora" e dicas com especialistas na coluna chamada Dr. Koleira, que tem como meta, fornecer informações de veterinários. No verão, por exemplo, colocamos informações para que os pets sofram menos com o calor. No inverno, informações para lidar com o frio. Na época de festas de final de ano, dicas gastronômicas. O The Pet's Universe recebeu mais de 100 mil visitas e 800 mil acessos em um ano, segundo informações do Google Analytics. Além disso, internautas ao redor do mundo acessaram a rede social, como Estados Unidos, França, Alemanha e Japão. E claro, usuários cadastrados em vários estados com visitas que alcançam mais de mil cidades. O público cativo do site revela diferentes faixas etárias – adolescentes até terceira idade. Existem cerca de 60% de perfis de cães, 35% de gatos e os demais bichos correspondem a 5%. Segundo Flávio, eles participam de comunidades com um mesmo interesse em comum, seja para procurar um companheiro(a) para o seu animal ou para aqueles que moram no exterior. “Já tivemos caso de animais de estimação que encontraram um companheiro e até se casaram. Faz pouco tempo que um dos membros adoeceu, e logo criaram uma comunidade de solidariedade para este membro. É um grupo bem ativo”, destaca.

2 comentários:

  1. Adorei, é uma gde brincadeira q na minha opinião é mais p/ conscientizar aqueles q maltratam os animais q os nossos amiguinhos de 4 patinhas tb são criaturas de Deus e merecem respeito. Bjinhos e miaus (da Francesca). Nós te amamos

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    1. Fico feliz que tenha gostado Patthy. Agora é só compartilhar com o povo...

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