quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Na rota do "Turismo Reprodutivo"

Com um número crescente cada vez mais de pacientes estrangeiros, o Brasil entra na "Rota do Turismo Reprodutivo", atraindo cada vez mais mulheres africanas. 



Nos últimos anos, o Brasil também entrou na rota do chamado "Turismo da Fertilidade", o setor que atende estrangeiros que cruzam a fronteira de seus países para ter acesso a tratamentos para ter filhos em outros lugares. Clínicas brasileiras especializadas em fertilização in vitro e outras técnicas de reprodução assistida vêm recebendo um número crescente de pacientes estrangeiros, principalmente (embora não apenas) de origem africana, que procuram o Brasil para realizar o sonho da maternidade ou paternidade.
Segundo especialistas consultados pela BBC Brasil haveria dois atrativos para as africanas: a qualidade das clínicas privadas brasileiras e o idioma comum. O Brasil tem mais de 100 clínicas especializadas em medicina reprodutiva e profissionais de boa reputação. O Dr. Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, explica a escolha pelo País, o que de forma geral, essas pacientes vêm de países em que não há boas clínicas. Além disso, a maioria é proveniente de países cujo idioma é o português, como Angola e Moçambique, e o fato de poderem falar na sua língua com o médico e as enfermeiras é algo que ajuda a explicar porque escolheram o Brasil. 
Outro atrativo do país é baixo custo dos procedimentos se comparado com os valores cobrados por clínicas europeias e americanas, por exemplo. No Brasil, um procedimento de fertilização in vitro custa por volta de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Nos países desenvolvidos, em geral, se paga o dobro. Silvana Chedid, diretora da clínica Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI), em São Paulo, reforça que o custo é um forte atrativo, já que a busca por custos mais baixos também é uma das motivações de americanas e canadenses que nos procuram. O fator do preço também contribui para que brasileiras que moram no exterior e são casadas com estrangeiros optem por voltar para o País para fazer o tratamento na hora de ter filho. O Brasil também tem enviado algumas pacientes para outros lugares, principalmente para a Espanha, em geral quando há problemas para encontrar doadoras de óvulos no país.
Dzik diz já ter encaminhado pessoalmente algumas brasileiras para o país europeu. Segundo Chedid, em sua clínica esse encaminhamento ocorre nos casos em que a receptora não consegue encontrar um fenótipo específico de doadora no Brasil.

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