O Gato Do Rabino

Imagine uma historinha inocente, despretensiosa. Tipico filme que te atrai ao cinema para uma sessão de diversão e entretenimento. Quando na verdade, se trata muito mais que isso. "O GATO DO RABINO" que estréia nesta 6ª feira em grande circuito, não é apenas um filme religioso com suas piadinhas e tiradas à la  carte como muitos esperam ver. É uma animação, e uma animação de arte. Um daqueles filmes que quando se sai da sala de cinema, você ainda fica pensativo, divagando em suas lembranças enquanto assistia seus 100 minutos de projeção. Um belíssimo filme.

Imagine que, na Argélia em plena década de 1920, o Rabino Sfar, que convive com sua filha Zlabva e um papagaio tagarela, sem deixar de mencionar seu gato brincalhão. Que por ironia do destino, brincadeira ou não, acaba devorando a ave e aí vem o castigo: o bichando passa a falar inusitadamente sem parar. E para não ficar longe de sua amada dona, as coisas começam a complicar quando o papagaio decide se converter ao judaísmo e só tem a contar com a ajuda do próprio Rabino Sfar, que mais tarde terá de contar sem sombra de dúvidas, com seu gato, para continuar mantendo-se no cargo de líder comunitário. 

A trama lhe parece familiar? Talvez até seja, pois trata-se de uma adaptação de uma HQ produzida por Joann Sfar. A animação foi muito bem recebida pelo público e crítica, e conquistou dois importantes prêmios, o César 2012 considerado o “Oscar” francês, na categoria Melhor filme de animação e o Cristal (Prêmio Máximo) no Festival Internacional de Animação de Annecy.

"O Gato do Rabino" discute principalmente, o judaísmo com humor mordaz e inteligente com os traços de Joann Sfar, que é um dos mais renomados nomes dos quadrinhos contemporâneos na França. A HQ, dividida em 5 volumes, rendeu ao quadrinista 900 mil exemplares vendidos no mundo e ganhou tradução em 15 idiomas. A série, também foi ganhadora do Prêmio Goscinny e do prêmio do júri do Festival de Angoulême, além de ser indicada ao Eisner na categoria de melhor álbum gráfico inédito. 

Mas o que mais chama a atenção desta brilhante animação de arte, é o roteiro original. Não há como descrever mais à respeito, precisa ser visto e revisto como no filme arrebatador do Oscar de 2012, "O ARTISTA". É ver, pra crer, se encantar e se emocionar... 

Isso sim, é cinema de arte.