Italiano nascido em Livorno, Amedeo Clemente Modigliani foi introduzido ao universo dos museus pelo seu avô materno. Também foi ele quem lhe passou conhecimentos tradicionais da cultura judaica. Criança de saúde debilitada pela doença da "tuberculose", foi educado em casa pela mãe. Este relacionamento tão próximo é fundamental ao desenvolvimento de sua arte. A paixão pela alma feminina também lhe renderia na vida adulta, a justa fama de sedutor, sendo amante de muitas de suas modelos.
Em uma carta endereçada à mãe, Modigliani dizia ter se encontrado artisticamente na escultura. A tuberculose, no entanto, roubou a musculatura que precisaria para seguir carreira como escultor. E, entre 1909 e 1913, o artista esculpiu em pedra as cariátides (cabeças longilíneas que são a principal marca de sua obra), sendo cinco destas figuras, que podem ser contempladas no MASP em São Paulo. Guedes, o curador brasileiro da mostra, recomenda atenção especial às quatro peças produzidas em 1911. Época em que buscava reproduzir a forma que as cabeças teriam quando Deus lhes dava a luz. Porém, os fundamentos que o artista desenvolveu na pedra, seriam, mais tarde, transpostos para a pintura.
Pinceladas rápidas com tinta à óleo, feitas com um gestual único e preciso. Os corpos retratados perdem, assim, um pouco de seu volume. Mesmo assim, suas cores tem um certo sentimento, definidos como "momentos de paixão".
Com os nus femininos, Modigliani, busca representar estados de alma. O que ele retrata, mais do que figuras sem roupa, são mulheres despidas de suas máscaras, de seus véus. Tais pinturas fizeram com que sua primeira exposição individual, na galeria parisiense Berthe Weill, em 1917, fosse interditada pelas autoridades policiais.
Mesmo assim, com a vida interrompida precocemente aos 36 anos, Amedeo Modigliani, deixou 4.000 desenhos, 300 pinturas e 27 esculturas. Nas suas obras, buscou captar a alma dos modelos retratados, com olhos de seus personagens representados pelo traço único e desigual.
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