terça-feira, 17 de abril de 2012

A origem do chapéu “Panamá”


Conheça mais sobre este tradicional chapéu. Uma verdadeira obra de arte equatoriana, que a cada dia, mais e mais adeptos passam a usá-la como acessório obrigatório de sua vestimenta, deixando-se encantar pela alma históricam, simplicidade e elegância ao usar um legítimo Chapéu Panamá.


Genuinamente produzido no Equador, o “Panamá”, tem esse nome, proveniente do sucesso de sua comercialização na época da construção do Canal do Panamá, no início do século passado. Como na época, não haviam nenhum apelo turísco ou febre comercial e por não haver o fluxo necessário de compradores, a transição do atlântico para o pacífico, era mais facilitada, cruzando-se o istmo do Panamá, ao invés de se contornar pelas Américas. Com isso, o fluxo foi aumentndo ganhando notoriedade do chapéu que era confeccionado no Equador. Confeccionado artesanalmente, o chapéu mais fino do mundo é produzido com as folhas da “Palma Toquilla” originárias das regiões costeiras do Equador, tem uma história bem interessante e inicia-se no século XVI, quando os espanhóis conquistaram o Equador e perceberam que os nativos utilizavam chapéus de palha semelhantes às toucas utilizadas por freiras e viúvas na Europa, que cobriam as orelhas e o pescoço, por esse motivo chamaram-no de "Toquillas" e a palha utilizada para fazê-las de "Palha Toquilla". No século XVII, os colonizadores aproveitaram-se do trabalho indígena e substituíram a toquilla pelos modelos europeus. Os tecelões experientes localizavam-se principalmente nos povoados de Jipijapa e Montecristi.


No século XVIII, era popular a utilização de chapéus de palha toquilla pela nobreza colonial espanhola, logo o Rei da Espanha ordenou a encomenda de vários tecidos de palha toquilla para sua esposa. Os botânicos da corte realizaram o primeiro estudo constatando que a palha toquilla é originária de uma espécie de palmeira pequena, atingindo 2 metros apenas, que só cresce nas proximidades da costa equatoriana, entre 100 e 400 metros de altitude, e deram-lhe o nome de “Carludovica Palmata” em honra ao Rei Carlos IV e sua esposa Ludovica. Logo após a independência do Equador o empresário Manuel Alfaro estabeleceu produção de chapéus em Monticristi e com os negócios em franca expansão aproveitou-se da importância comercial do Panamá e iniciou exportação para o país. Logo abriu lojas no Panamá atraindo atenção de pessoas do mundo inteiro e disseminando a associação dos chapéus equatorianos ao Panamá.


Logo após o desenvolvimento do comércio em Montecristi as autoridades locais da cidade andina de Cuenca abriram uma fábrica moderna no intuito de melhorar a economia local, atraindo também tecelões de Montecristi para treinar as pessoas da cidade que tivessem interesse. Os chapéus de Cuenca se diferenciavam pelo processo químico de branqueamento da palha e a utilização de uma palha mais grossa para permitir a confecção rápida dos chapéus. A indústria do chapéu Cuencano logo prosperou e virou a atividade econômica mais importante desta região. Alguns acontecimentos históricos tiveram importância preponderante no desenvolvimento no comércio dos Chapéus Panamá. Em 1848 iniciou-se a "Febre do Ouro" na Califórnia, U.S.A., sendo o istmo do Panamá o caminho mais fácil na época era comum adquirir um modelo na cidade, o que difundiu a cultura nos EUA e após Eloy Alfaro, filho de Manuel Alfaro, que se tornou também presidente do Equador, assumir os negócios da família a exportação para os EUA girava em torno de 200 mil unidades ao ano.


Em 1855 um francês que vivia no Panamá exibiu os chapéus na Feira Mundial de 1855, a moda francesa logo adotou o chapéu e até mesmo o Imperador Napoleão III usava um chapéu Montecristi difundindo a moda por toda Europa. Com a expansão da cultura de açúcar no Caribe e América do Sul, também a utilização do chapéu difundiu-se para a proteção dos fazendeiros e trabalhadores, sobretudo em Cuba. Em 1906 durante a construção do Canal do Panamá muitos chapéus foram comprados para os trabalhadores e os engenheiros americanos que chegaram no Panamá. A popularidade cresceu no mundo inteiro quando a imprensa mundial publicou uma foto do presidente Theodore Roosevelt, usando um chapéu Montecristi durante sua visita ao canal. Além disso, na década de 1940, Hollywood popularizou-se o uso dos chapéus Panamá pelas estrelas tanto fora das telas como também nas produções "E o vento levou..." e "Casablanca" entre outras dando aos chapéus uma imagem de sofisticação e glamour.


Muitas personalidades aderiram à moda do chapéu Panamá, como Winston Churchill, Kemal Atatürk, Harry Truman, Getúlio Vargas e Tom Jobim. Um dos pioneiros foi Santos Dumont, que já usava o seu em 1906. Porém, a moda também se popularizou entre as estrelas de Hollywood, e galãs como Humphrey Bogart, Clark Gable e Michael Jackson, que se acabaram rendendo ao charme de usarem seus modelos.


Um detalhe importante, se você desejar usar um modelo como esse. O chapéu Panamá, NÃO se dobra e nem se amassa. Ele simplesmente, se enrola. Pelo núcleo do chapéu, se segura o mesmo junto ao corpo, notando que se formará uma espécie de “concha”. A partir disso, basta enrolar o chapéu e pronto. Você pode coloca-lo em uma caixa ou dentro da mala junto às suas outras peças, isto é, caso não opte por usá-lo naquele determinado momento. Na hora de usar, é só moldá-lo de volta ao seu formato original, sem perder seu charme ou prejudicar em sua estrutura. Uma regra de etiqueta importantíssima quanto ao seu manuseio é que, o Panamá, jamais deve ser retirado da cabeça segurando-o pela copa do chapéu, pois este movimento, além de errado e deselegante, pode criar um vínculo culminando em acentuar o ponto de estresse da palha. O correto é segurando com as duas mãos na aba. Tanto para por quanto para tirar o chapéu. O gestual correto ao cumprimentar alguém, também leva a mesma regra. O Panamá deve ser utilizado (de acordo com a posição do sol), no mínimo um dedo acima da sobrancelha, e no máximo dois. Nunca mais que isso. O simples gesto de deixar o chapéu posando para trás da testa, é considerado tão deselegante quanto ir a uma festa de “Black Tie”, tirar o smoking e jogá-lo sobre os ombros. O chapéu, é um item que primeiramente, deve se sentir um conforto ao colocar e retirar qualquer óculos (seja de sol ou não), sem ter a necessidade de manusear o chapéu.


As cores do legítimo Panamá podem variar como o Havana, o Ônix, o Tabaco, o Whisky e o branco tradicional. O branco clássico, o tradicional, embora seja o modelo procurado, não é a sua cor original. O que ocorre na verdade é que, após banhos sucessivos de enxofre, deixam o chapéu bem clarinho. Este modelo é considerado pelos apreciadores e comparado á uma “Ferrari Vermelha”. Já o “Panamá Ônix”, é muito utilizado por um público mais boêmio e cantores de tango. A cor havana, na verdade, é a cor natural da palha do Panamá.


Considerado também um dos símbolos da malandragem no Rio de Janeiro, é lá que se situa a “Confraria do Chapéu” onde adeptos desta moda se reúnem para trocar idéias e informações sobre o este hábito peculiar.

Ainda hoje o chapéu é utilizado no verão, tanto por homens como por mulheres.

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