domingo, 5 de fevereiro de 2012

Um amor além das palavras

"O Artista (The Artist)". Uma obra prima do cinema. Que melhor forma de traduzir em palavras um simples filme mudo e em preto e branco, que vai ganhando contrastes de uma comédia dramática, no melhor estilo dos clássicos da década de 1920? Impossível colocar tamanha emoção em palavras, é verdade.  Realizado através de uma produção franco-americana, o filme conta a história de um ator em declínio e uma atriz em ascensão, enquanto o cinema mudo vai cedendo espaço aos filmes falados entre os anos de 1927 e 1932. 
Dirigido por Michel Hazanavicius e com um elenco diversificado contando com a brilhante atuação de atores franceses e americanos, foi geralmente aclamado pela crítica mundial, e venceu o prêmio de Melhor ator no Festival de Cannes, onde o filme estreou. Recebeu seis indicações ao Globo de Ouro e venceu em três categorias, Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator (Jean Dujardin)- Comédia ou Musical. Em janeiro de 2012, o filme foi nomeado para doze Prêmios BAFTA e dez indicações ao OSCAR, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Jean Dujardin), Melhor Atriz Coadjuvante (Bérénice Bejo) e Melhor Roteiro Original para Michel Hazanavicius.
Atualmente, "O Artista (The Artist)", vencedor de 5 Oscars icluindo melhor figurino, melhor trilha sonora, melhor ator (Jean Dujardin), melhor diretor (Michel Hazanavicius) e melhor filme, (merecidamente), no entanto, não se trata meramente de uma produção dos longas mudos do passado.
O filme, é uma obra original. Apesar disso, não se pode classificá-lo como um musical ou um mero filme de dança, mas sim, um drama com ótimos momentos de comédia. Sem deixar de dizer que, Jean Dujardin, lembra e muito Gene Kelly em seus musicais. Vale ressaltar também, que Jean Dujardin teve que aprender sapateado na composição de seu personagem. 
A impressão que fica de "O Artista", é de que voltamos ao passado e, quando nos damos conta, estamos completamente envolvidos pela história e aquela magia do cinematográfica pueril que arrebatou corações no início do século passado.
O filme, praticamente uma poesia, foi feito hoje, mas com uma antiga estética. Uma prova de que cinema de qualidade, independente de ter efeitos especiais refinados como a técnica digital do "3D", como é o caso de alguns filmes, muitos que ainda insistem nesse efeito, e que acabam pecando deixando a desejar, sempre fará sucesso, em qualquer época. É uma volta ao tempo, mas com uma visão no futuro.
Outros filmes que também já homenagearam a Sétima Arte, são clássicos imortais como "Cantando Na Chuva (Singing in The Rain)" de 1952 , com Gene Kelly interpretando Don Lockwood, astro dos filmes mudos e que precisa se adaptar à chegada do cinema falado ao lado de Lina Lamont (Jean Hagen); "A Noite Americana (La Nuit Américaine)" de 1973, do diretor François Truffaut, mostrando as loucuras que se passam num set de filmagem e um atror que perde sua mulher para o dublê; "A Rosa Púrpura do  Cairo (The Purple Rose of Cairo)" de 1985, do aclamado ator e diretor Woody Allen, mostrando uma história de amor surreal entre um ator de cinema e que sai da tela para ficar com uma simples garçonete; "Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso)" de 1988, uma verdadeira obra prima do cinema, narrando a trajetória do personagem  Alfredo, um projecionista amigo do travesso Totó e por fim, "Cine Majestic (The Majestic)" de 2001 com Jim Carrey (numa brilhante atuação dramática) e Martin Landau, retratando a história de um roteirista que ao sofrer um acidente de carro perde a memória e é confundido com um herói de guerra. Na nova vida, o personagem conhece de novo o cinema.
E para os amantes da Sétima Arte, que não se contentam apenas em assistir a essa belíssima obra, eis aqui um vídeo com o "Making of" do filme.


"O Artista (The Artist)". O cinema voltando às suas origens. Um verdadeiro amor além das palavras...

3 comentários:

  1. Um filme mto diferente dos padrões aos quais estamos acostumados e um ator q se destacou de forma brilhante usando apenas expressões corporais e faciais. É um mérito. Merecido. Acho q o Oscar apesar de óbvio contemplou algo realmente diferente, premiou as "origens" do cinema já q antrs de O Cantor de Jazz não haviam filmes falados. Só triste pela derrota de Carlinhos Brown e Sérgio Mendes. Bjs

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    1. É um choque de gerações. Um filme mudo, antigo, sem cores ou efeito algum. Apenas a música e o filme. Porém, realizado com a tecnologia atual e repleta de novos recursos. O resultado, não poderia ser melhor.

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  2. Um filme muito atraente que, recentemente, poderia vê-lo na programação da HBO, em geral, eu acho que a trilha sonora é o melhor, tão delicado e ideal para dar realismo à história.

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