terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ó quaresmeira, por que estás tão estressada?

Já reparou como a capital anda mais florida ultimamente? Por mais lindo que seja, quase uma pintura viva, porém tantas flores nas quaresmeiras, mostram que elas não andam nada bem. Isso, devido ao forte calor que anda fazendo esses dias.

Apesar das cores roxo e rosa, se tornarem dominantes neste verão, a florada das quaresmeiras, está presente em quase todos os bairros da cidade. Mais conhecida pelo seu nome de origem, a "Tibouchina Granulosa", mas o apelido, vem de Quaresma, que se inicia do final do verão até o início do outono, na Páscoa. Nativas originalmente da Mata Atlântica, as quaresmeiras, costumam florir apenas duas vezes por ano. Nesta época e no final do inverno e início da primavera. Para os católicos, considerado um período de reflexão e penitência, sem deixar de mencionar que na liturgia religiosa, a cor roxa, simboliza a penitência. Mas as quaresmeiras, estão florescendo muito, há pelo menos duas semanas. Significam que estão estressadas, já que a poluição e o clima, a baixa umidade do ar e o calor excessivo, são os responsáveis por tanto estresse. É como se pressentissem sua morte e ao mesmo tempo, florescendo. Aumentando assim, as chances de polinização, perpetuando a sua espécie. Uma estratégia de sobrevivência.


A quaresmeira, se agarra à vida. Na cidade onde o cimento sufoca as raízes, e os troncos, muitas vezes cortados por circunstancias da rede elétrica, Ela insiste com novos galhos. Em dias de chuva, quando além de refrescar traz também a umidade, isso diminui o estresse das quaresmeiras e de todas as outras árvores. 


A quaresmeira, é uma árvore de beleza notável, que encanta por sua elegância e exuberante floração. Seu porte geralmente é pequeno a médio, podendo atingir de 8 a 12 metros de altura. O tronco pode ser simples ou múltiplo, com diâmetro de 30 a 40 cm. As folhas são simples, elípticas, pubescentes, coriáceas, com nervuras longitudinais bem marcadas e margens inteiras. A floração ocorre duas vezes por ano, despontando abundantes flores pentâmeras, simples, com estames longos e corola arroxeada, sendo que na variedade "Kathleen", estas que se apresentam róseas. O fruto é pequeno, marrom, com numerosas sementes minúsculas, dispersadas pelo vento. Mesmo quando não está em flor, a quaresmeira é ornamental. Sua copa é de cor verde escura, com formato arredondado, e sua folhagem pode ser perene ou semi-decídua, dependendo da variação natural da espécie e do clima em que se encontra. Por suas qualidades, ela é uma das principais árvores utilizadas na arborização urbana no Brasil, podendo ornamentar calçadas, avenidas, praças, parques e jardins em geral. Seu único inconveniente é a relativa fragilidade dos ramos, que podem se quebrar com ventos fortes, provocando acidentes. Com podas de formação e controle, pode-se estimular seu adensamento e mantê-la com porte arbustivo.


Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, profundo, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente no primeiro ano após o plantio ou transplante. Apesar de preferir esses cuidados, a quaresmeira é uma árvore pioneira, rústica e simples de cultivar, vegetando mesmo em solos pobres. Originária da mata atlântica, esta espécie aprecia o clima tropical e subtropical, tolerando bem o frio moderado. Multiplica-se por sementes, com baixa taxa de germinação, e por estaquia de ramos semi-lenhosos.

Na sua próxima saída, dê uma olhadinha nelas. Se você estiver estressado, certamente irá se sentir melhor. 

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