terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O ilusionismo no mundo da Sétima Arte

O primeiro filme do diretor Martin Scorsese, em formato 3D é uma ode às origens do cinema e ao ímpeto criativo dos precursores da técnica de captação de imagens em movimento. "A Invenção de Hugo Cabret (Hugo)", cria uma ponte entre as tecnologias mais modernas do cinema digital e os feitos analógicos dos primórdios da indústria da Sétima Arte.

É 1931 e o jovem Hugo Cabret realiza o trabalho que deveria ser de seu tio alcoólatra e ausente: é responsável pela manutenção dos vários relógios espalhados pela estação de trem em que vive. Do pai, morto recentemente, herdou a paixão por máquinas e um autômato, no qual estavam trabalhando juntos. Consertar o robô, é para o garoto, um meio de desvendar uma mensagem que teria sido deixada pelo pai.


Mas a rotina, leva Hugo a esbarrar com George Méliès, cineasta pioneiro, responsável por alguns dos mais emblemáticos e inovadores filmes produzidos ainda nas primeiras décadas do século 20. Tido como morto após a 1ª Guerra Mundial, Méliès, é dono de uma loja de brinquedos instalada na estação, e peça-chave do segredo de funcionamento do autômato

Com mais indicações ao Prêmio Oscar, sendo nomeado 11 vezes, incluindo roteiro, direção e melhor filme, é um filme que usa e abusa do efeito 3D, jamais produzido. Baseado em um livro homônimo de 2007, não se perde em excessos gratuitos, como objetos saltando à tela, investindo na ilusão da percepção de profundidade de forma a causar inveja a outros grandes clássicos do cinema.


Martin Scorsese, conhecido por suas produções urbanas, sujas e cruas, trazendo em seus filmes que exalam testosterona, pouco convidativos às crianças. Algumas de suas mais marcantes obras como: "Taxi Driver (Taxi Driver)" de 1976, "Touro Indomável (The Ranging Bull) de 1980", "Os Bons Companheiros (Goodfellas)" de 1990 e "Os Infiltrados (The Departed)" de 2006, são obras de uma filmografia marcada por sangue, loucura e lágrimas. Cinéfilo como poucos cineastas, Scorsese, fugiu ao seu padrão em "Hugo", produzindo sua mais sincera declaração de amor ao objeto de seu trabalho.


Ainda assim, o filme "Hugo", levou 5 estatuetas. Todas merecidas pelos seus prêmios técnicos. Melhores efeitos visuais, melhor fotografia, melhor direção de arte e cenários, melhor edição e melhor mixagem sonora.

2 comentários:

  1. Scorcese largou o seminário para fazer filmes. Fez maravilhas em Goodfellas, os Infiltrados, Taxi Driver e tantos outros filmes violentos que acalmam os animos de muita gente nervosa por aí. Hugo Cabret, fugindo disso, deve ser justa homenagem, mas ainda prefiro ver o velho estilo violento desse grande diretor.

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    1. Apesar de ainda não ter visto o filme, concordo com você Tee. Uma volta às origens de Scorsese, não seria má ideia. Mas o problema, é que este ano, sem exceções, parece que TODOS os diretores resolveram homenagear a Sétima Arte. A Academia, é claro que agradece além de ter uma difícil escolha em nomear o melhor filme da noite.

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