sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

90 Anos de Arte Moderna

Há exatamente 90 anos, um grupo se reuniu em São Paulo mudando a maneira de se fazer arte no Brasil. Este evento ficou conhecido como "Semana de 22"


Mas, que modernismo foi esse? Ela teve apenas 3 dias, porém, sua influência foi enorme. A "Semana de 22", marcou a ruptura com o convencional e inundou de ousadia o mundo das artes. Nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, artistas da vanguarda da época, tentaram fazer o Brasil, descobrir o Brasil. E conseguiram. A proposta, era que a cultura brasileira, deglutisse as influências estrangeiras, digerindo e se transformando num modo próprio. 


Programa obrigatório para saber bem o que foi a "Semana de 22", é uma visita à Casa da Colina, onde viveu o poeta Guilherme de Almeida. E ouvir versos, que continuam atuais. Uma das principais atividades do grupo, é chamado de "Encontro Peripatético". Termo criado por Aristóteles, filósofo grego, designado ao método de ensinar e aprender, passeando. 

A poesia, que passeia por ruas, avenidas, alamedas e praças, visita também um pequeno museu. Uma casa simples e que pertenceu ao pintor lituano, Lasar Segall. O artista, que mal teve a oportunidade de participar da "Semana de 22", era modernista de carteirinha.


Mas nada é mais emblemático que o Teatro Municipal. Localizado no centro da cidade de São Paulo, em 1922, o imponente estabelecimento que exala cultura, tinha apenas 11 anos de idade. Um jovem, e que agora, retorna estiloso, abrigando concertos e recitais, para lembrar a Semana. Parece aguardar aqueles sujeitos, que há 90 anos, fizeram a história e entraram nela. Essa antropofagia, que foi o resultado de tudo isso, conforme descrita por Mário de Andrade, é poder se alimentar e regurgitar das diversas culturas, num único resultado. 


Há quem goste, ou não, foi exatamente essa, a ideia. 

Um comentário:

  1. Villa-Lobos fez suas apresentações durante a semana de Arte Moderna de 1922 AD. Excêntrico até o final, ia a algumas apresentações todo paramentado formalmente, mas usando sandálias. Usava desculpas de dores, mas suas características nem sempre nos permitem essas licença como verdadeira. A verdade que pode ser auferida, no entanto, é que Villa soube dar contribuição verdadeira a cultura nacional. Suas bachianas e composições como "trenzinho caipira" são expressão nacional muitas vezes difícil de ser reproduzida nos circuitos estrangeiros por sua "brasilidade". Pena que, sendo figura figura ímpar como foi, perdeu-se na história, bem menos lembrado que Tom Jobim ou figuras da nossa MPB.

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