terça-feira, 13 de março de 2012

A síndrome de boazinha


Falta tempo na sua vida? Volta e meia você se pega em meio a situações desagradáveis, tarefas chatas e favores que não queria fazer? Você pode estar sofrendo da “Síndrome da Boazinha”. O termo foi cunhado pela PhD em psicologia, Drª Harriet B. Braiker, em livro homônimo e se refere à compulsão por agradar. Mas o que pode existir de errado em querer agradar? Como “agradadora compulsiva", explica a Drª Braiker, seus botões de sintonia emocional estão embaralhados na frequência do que você acredita que os outros querem ou desejam de você. A consequência lógica de estar sempre com foco no desejo do outro é que você acaba não ouvindo sua própria voz interior, que pode estar tentando protegê-la de se desgastar demais ou de agir contra seus próprios interesses.


A compulsão de agradar afeta a forma como você pensa, sente e age no mundo. Em função disso, a autora do livro “Síndrome da Boazinha”, traça três perfis diferentes de “agradadoras” motivadas por pensamentos distorcidos, opressivos e derrotistas, que nascem da ideia de que todos precisam gostar de você, ou seja,  comportamentos compulsivos que fazem com que você sempre busque satisfazer as necessidades dos outros antes das suas, na ânsia de obter a aprovação de todos e, finalmente, a tentativa de fugir de sentimentos negativos ou assustadores e evitar a ansiedade, muitas vezes no limite do suportável, que a menor ameaça de conflito gera em você.


De acordo com pesquisas realizadas recentemente, um dos motivos da compulsão por agradar é o medo da avaliação externa. A pessoa busca reconhecimento e aprovação, sofrendo com o receio de ser responsável pelo que o outro pensa. É como se ela achasse que fazendo tudo para agradar o outro, conseguiria evitar reações negativas, já que é absolutamente normal ter desejo de ser aprovada, assim como ter medo de ser rejeitada. Mas viver em função disso não é muito saudável.


Em “A Síndrome da Boazinha”, Harriet Braiker sugere um programa de 21 dias para se livrar da necessidade de aprovação, que inclui exercícios e estratégias para aprender a lidar com convites, pedidos e exigências. A primeira tarefa é lidar com a capacidade de dizer “não”. Uma das características mais marcantes dos “agradadores compulsivos” é a dificuldade em dizer "não" a pequenos pedidos, tarefas e favores, o que tende a levar a uma sobrecarga de atividades. O medo de desagradar ou simplesmente o fato de não ter aprendido a ser assertivo quanto aos próprios desejos fazem com que a pessoa aceite situações nas quais não se sente confortável. É sintoma de um sentimento de insegurança diante da vida e até de falta de um repertório para se posicionar. Geralmente, a pessoa não está bem sintonizada com suas próprias necessidades e ela só sabe pronunciar a palavra “não”, para si mesma.


Para se livrar da compulsão, a especialista sugere pequenos passos, como escolher determinada situação e expor um ponto de vista contrário ao de um interlocutor qualquer, mesmo que isso gere uma situação emocionalmente desconfortável. Note que, nem sempre, a pessoa que recebe aprovação o tempo todo e de todo mundo, faz parte da vida. O que pode nos confortar é a segurança de estarmos fazendo a melhor escolha possível em cada momento. Isso porque, a mania de agradar, é um problema de nosso tempo. Vivemos um contrato social, em que todo mundo tem prazer ao fingir que ama todo mundo, e que todo mundo, acha todo mundo legal. Porém, é uma forma errada de se pensar. Na vida em sociedade, tem-se que hipotecar um monte de coisas, inclusive essa negatividade que faz parte do ser humano. Somente assim, embora admitindo que o "não", ou a atitude de não se sentir compelido a agradar, possa causar algum prejuízo prático, achando ser uma postura que vale a pena ao longo prazo, suspeitando que o “não”, pode tornar a pessoa mais desejada, em vários sentidos.


Dizer “sim” o tempo inteiro é uma espécie de “prisão a céu aberto”. Típica conduta e atitude de quem se valoriza menos. O desespero e a ilusão de conseguir ser feliz é tão grande, que muitas mulheres aceitam esse comportamento. As pessoas fazem um esforço neurótico para evitar os pequenos desgostos e frustrações no decorrer da vida, mas não há saída. O universo, é um grande “não” diante do nosso olhar, e ao mesmo tempo, o contrário da autoajuda. 

3 comentários:

  1. Adorei essa matéria. Creio que muita gente sofre dessa síndrome.

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    1. Pois é. Por isso foi publicada, para servir de referência. Às vezes muitos sofrem deste mal e nem sabem.

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  2. O ideal é as pessoas, sejam mulheres ou homens equilibrar os 2 lados, ser boazinha em umas ocasiões e malvadinhas em outras. Adorei as fotos da Mulher Maravilha. Qdo tinha menos idade (pq pequena sempre fui, não tem + jeito rssss) tinha uma roupa dela c/ laço mágico e tudo. Bjs

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