O filme “O
Último Dançarino de Mao” (Mao’s Last Dancer), do mesmo diretor de “Conduzindo
Miss Daisy” (Driving Miss Daisy), Bruce Beresford, narra o drama baseado na
autobiografia do bailarino chinês Li Cunxin. Aos 11 anos de idade, forçado a
abandonar a sua pobre aldeia natal na China, pelo delegado cultural da Madame
Mao, e levado para Pequim aonde viria a estudar ballet. Em 1979, durante um
intercâmbio cultural no estado do Texas, consegue entrar na Companhia Houston
Ballet como bailarino principal e começa uma nova vida, e livre das opressões
de seu país. O governo chinês tenta então, trazê-lo de volta para a China,
porém questões legais e o casamento com uma cidadã americana o mantêm nos
Estados Unidos. Acontece que, para manter a liberdade e atingir o sucesso na
sua carreira, Li Cunxin, terá de abandonar para sempre a sua família. Com uma
atuação brilhante em seu filme de estreia, o ator Chi Cao, faz deste filme,
algo para refletir sobre uma verídica, fantástica e dramática história, sobre
um ser humano que jamais desiste dos seus sonhos.
Após
a morte do Papa, o conclave do Vaticano se reúne para escolher seu sucessor.
Após várias votações, enfim há um eleito. Os fiéis, amontoados na Praça de São
Pedro, aguardam a primeira aparição do escolhido (Michel Piccoli), mas ele não
vem a público por não suportar o peso da responsabilidade. Tentando resolver a
crise, os demais cardeais resolvem chamar um psicanalista, para tratar o novo
Papa. Sob o olhar do diretor Nanni Moretti (que também atua interpretando o
psicanalista do novo Pontífice), brinda o espectador, com um filme belíssimo
sobre sonhos, costumes, direitos e deveres. “Habemus Papam” (Habemus Papam), é
um filme que aborda todas essas questões e algo mais.
Forte
concorrente ao Oscar deste ano, a atriz Glenn Close, dispensa apresentações.
Sua atuação ao interpretar um personagem masculino, supera todas as
expectativas. Infelizmente, perdeu o prêmio para sua concorrente, Meryl Streep.
Albert Nobbs, interpretado por Glenn Close, o personagem título que, para
conseguir sobreviver na sociedade machista da Irlanda do século XIX, se vê
forçada a se disfarçar de homem. Quando um pintor chega ao hotel onde ela
trabalha como mordomo, Albert Nobbs é inspirado a tentar escapar da vida falsa que
criou para si mesma. Mesmo que isso, lhe custe muito caro. O filme ainda conta com o sucesso da cantora Sinéad O'Connor, "Lay Your Head Down". Uma linda canção, para um belíssimo filme.
Vencedor
do Oscar deste ano, na categoria de melhor filme estrageiro, “A Separação” (Jodaeiye
Nader az Simin), do diretor Ashgar Farhadi, traz uma trama simplesmente única e
original. E nos faz questionar como é possível, um filme de origem iraniana,
cujo país, constantemente em conflito por questões sociais e políticas, é capaz
de produzir uma “obra de arte” como este filme, que mostra a história de Nader
(Peyman Moaadi), após se divorciar de sua esposa Simin (Leila Hatami), obrigado
a contratar uma jovem para tomar conta de seu pai idoso que sofre de Alzheimer
em estágio avançado. Porém a diarista está grávida, e trabalhando sem o
consentimento de seu marido, condições que junto a um terrível incidente,
levará as duas famílias a um julgamento de cunho moral e religioso. Precisa
dizer mais. Sessão obrigatória para quem é fã de cinema de arte.
Marcel
Marx é um boêmio e um escritor, que abandonou qualquer ambição literária exilando
voluntariamente na cidade portuária de
Le Havre, onde exerce a profissão de engraxate de sapatos, o que não lhe dá
dinheiro, mas lhe permite ficar mais próximo das pessoas. Assim, vive feliz em
uma rotina que consiste em seu trabalho, seu bar preferido e sua esposa Arletty
quando, inesperadamente, o destino coloca em seu caminho o jovem imigrante
africano Idrissa, procurado pelas autoridades e o detetive Monet por estar
tentando chegar ilegalmente dentro de um container em Londres. Enquanto sua
esposa fica gravemente doente e internada em um hospital, a única coisa que
Marx pode fazer é combater a fria indiferença humana para tentar ajudar o jovem
imigrante a chegar a seu destino, com o único recurso que lhe resta, o otimismo
e a solidariedade de seus vizinhos. Essa, é a emocionante história de “O Porto” (Le Havre).
Ok.
O ator Sacha Baron Cohen não é bem visto ou bem quisto (e talvez nem seja
mesmo), por ter barbarizado com suas produções tragicômicas anteriores. Em
“Borat” e “Brüno”, ele categoricamente escandaliza geral. Apesar de tudo, há
quem goste de seus filmes. A pergunta que não quer calar é: “Como ele
consegue”. Pois é. Seus filmes estão longe de serem aclamados pelo público,
como películas de arte. Pode não agradar a gregos e troianos, mas diverte. Por
outro lado, sejamos sensatos, o sujeito é genial ao criar seus tipos fazendo
caras e bocas. Em “O Ditador” (The Dictator), Sacha Baron Cohen, contracena com
gente de peso. Ben Kingsley, Megan Fox, John C. Reilly entre outros. O enredo
pode até ser considerado banal, mas não deixa de ser original. Interpretando
dois personagens distintos, um pastor de cabras e um ditador opressivo que se
encontra perdido na América, Sacha Baron Cohen, faz o que sabe de melhor, ou
seja, escandalizar e chocar platéias. E ele, mais uma vez, consegue.
É
difícil de acreditar que, um filme estrangeiro possa arrematar todos os prêmios
possíveis existentes. Porém, foi o que aconteceu ao filme “O Artista” (The
Artist). Dirigido por Michel Hazanavicius, com Jean Dujardin (considerado pela crítica, o sucessor de Gene Kelly) e Bérénice Bejo,
entre outros gloriosos nomes do cinema americano, “O Artista”, é um filme mudo,
de produção francesa e americana do gênero comédia-dramática, e que conta a
história de um ator em declínio e uma atriz em ascensão, enquanto o cinema mudo
sai de moda, sendo assim substituído pelo atual cinema falado. A trama, que se
passa na “Hollywoodland” entre os anos 1927 e 1932, retrata com precisão de
detalhes a direção de Michel Hazanavicius, de forma majestosa. É o cinema dentro do
cinema.
Um
filme que traduz exatamente e sem palavras (literalmente falando), o que é a
magia e o encanto da Sétima Arte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário