Amélia Earhart fez
história na aviação e se tornou pioneira por ser a primeira mulher que voou
solo sobre o Oceano Atlântico. Grande defensora dos direitos do sexo feminino,
escritora e vista como um ícone do seu tempo, ela nasceu em Kansas no dia 24 de
julho de 1897. Foi apenas em 1920 que ela teve sua primeira experiência de voo,
como passageira, mas a partir daquele momento, percebeu que faria daquela a sua
profissão.
Seu grande
feito aconteceu 12 anos depois. Aos 34 anos, na manhã de 20 de maio de 1932,
Earhart partiu de Harbour Grace, Terra Nova. Após um vôo de 14 horas e 56
minutos, no qual ela enfrentou fortes ventos do norte, gelo e problemas
mecânicos, Amélia pousou em um pasto em Culmore, norte de Derry, Irlanda do
Norte. Depois de fazer uma viagem transatlântica em 1923, apenas como auxiliar,
ela se tornara a primeira mulher a efetuar um voo solo sem escalas através do
Atlântico. A mais famosa
aviadora da América cresceu num ambiente de riqueza e privilégio, graças ao seu
avô materno, Alfred Otis. Amelia, conhecida como Milly, tinha 10 anos quando
viu pela primeira vez um avião, na Feira Estatal de Iowa …e deste disse: “Era
uma coisa de arame ferrugento e madeira e sem qualquer interesse…”. Foi só em
1920 que o bichinho da aviação lhe mordeu, quando ela e o pai assistiram a um
“encontro aéreo” em Daugherty Field, Long Beach. De capacete e óculos de proteção, embarcou num biplano de cockpit aberto para um voo de 10 minutos
sobre Los Angeles. Ficou encantada e pouco depois seguiram-se as lições de
pilotagem.
Em Outubro de
1922, Amelia deu início à sua participação em tentativas de ultrapassar
recordes e estabeleceu o recorde de altitude para mulheres nos 14.000 pés
(4.340 metros). No Outono de 1925, Amelia mudou-se para Boston e juntou-se à
divisão local da Associação Nacional de Aeronáutica. Durante este tempo, tirou
todas as vantagens das circunstâncias de promoção do vôo, especialmente para as
mulheres, tornando-se assunto comum nos jornais. O “Boston Globe” considerou-a
“uma das melhores mulheres-piloto dos Estados Unidos”. O editor nova-iorquino
George Putnam, impressionado com Earhart, organizou a viagem para que ela se
tornasse a primeira mulher a atravessar o Atlântico de avião, em 3 de Junho de
1928, ainda que como passageira. Posteriormente ela casou com ele e Putnam
desenvolveu-a como personalidade pública ao ponto de em 20 de Maio de 1932,
quando atravessou sozinha o Atlântico, Amelia ser a mulher mais aclamada do
mundo, considerada herói nacional e recebendo vários prémios e celebrações. Uma
viagem sozinha à volta do mundo era a progressão natural, mas uma primeira
tentativa, em 1935, não teve sucesso, quando se despenhou ao descolar perto de
Pearl Harbour. Sem se dar por vencida, depois da reconstrução do seu Electra,
voltou a tentar, partindo de Miami, Florida, a 1º de Junho de 1937. A sua rota
levou-a por Porto Rico e, depois, pela ponta noroeste da América do Sul para
África, do Mar Vermelho para o Paquistão (mais uma estreia; ninguém antes tinha
voado continuamente entre o Mar Vermelho e a Índia). Depois de alguns atrasos
por causa do tempo, partiu para a Austrália e para Lae, na Nova Guiné. Nessa
altura já tinha viajado 22.000 milhas (35.420 km), faltando-lhe 7.000 milhas
(11.270 metros). Partindo tarde a 2 de Julho, Amelia fez o seu último contacto
através do rádio às 20:00 GMT para o navio Itasca da Guarda Costeira dos EUA e,
apesar de uma operação de busca no valor de 4 milhões de dólares autorizada pelo presidente
Roosevelt, que envolveu 66 aviões e 9 navios nunca mais se encontraram
vestígios de Earhart ou do seu avião.
Suas audaciosas viagens, lhe renderam a “Distinguished Flying Cross” do Congresso dos Estados Unidos, a “Cruz
de Cavaleiro” da Legião de Honra do governo francês e a “Medalha de Ouro” da
National Geographic Society das mãos do presidente Herbert Hoover.
Vieram
também fama, sucesso e muito reconhecimento. Seu corpo nunca foi encontrado e a pioneira da aviação norte-americana acabou
sendo declarada morta no dia 5 de janeiro de 1939.
No cinema,
sua história foi vivida pela atriz Hilary Swank e Richard Gere mostrando sua biografia e, se Amélia Earhart,
a primeira mulher a pilotar um avião sozinha, se ainda estivesse viva nesta terça-feira, completaria 115 anos de idade.
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