sexta-feira, 23 de março de 2012

Zeróis: Ziraldo na Tela Grande


Centro Cultural Banco do Brasil, inaugura uma mostra em que Ziraldo, o fundador d'O Pasquim, inova com técnicas de tirinhas em pinturas. Obras inéditas e algumas antigas, de um dos mais célebres cartunistas do Brasil,  vão ocupar o segundo andar do Centro Cultural Banco do Brasil, situado no Rio de Janeiro, na rua 1º de Março, 66, no centro. A exposição "Zeróis: Ziraldo na Tela Grande" vai reunir 44 ilustrações e mostrar uma faceta menos conhecida do criador do Menino Maluquinho, a de pintor. 


Para o artista, que desenha os "Zeróis" desde menino, confessa que já era tempo de essa mostra acontecer. Sem deixar de mencionar que preparou essa exposição há mais de 60 anos. 


Com design de Daniela Thomas e Felipe Tassara, a exposição convida o público a conhecer um trabalho que o autor desenvolve em forma de cartum desde a década de 1960, mas em um novo suporte. Transformados em enormes telas, os super-heróis de Ziraldo ganham roupagem inédita e fabricam novos sentidos. "Noventa e cinco por cento dos quadros foram criados para a pintura, ou seja, não estão reproduzindo os quadrinhos", conta o cartunista.


E foi justamente a partir dessa nova linguagem que surgiu a ideia de intervir com o trabalho de outros artistas. As pinturas de Ziraldo dialogam e prestam referência às telas de PicassoVelázquezGoyaDalí e Roy Lichtenstein, entre outros. 


"Eu comecei fazendo os cartuns dos heróis, mas no processo fui abandonando parte da linguagem da HQ. Mas, diferente do Lichtenstein, que se apropria dos valores estéticos da história em quadrinhos, a minha pintura ainda é narrativa", explica o artista.


A própria temática da exposição tem muito o que dizer. Quando posto em situações cômicas, o super-herói perde sua aura infalível. "O herói é muito simbólico. Ele representa aquela coisa guerreira dos americanos", diz. Ziraldo também conta que, como todo bom chargista, começou a fazer HQs para criticar o comportamento humano e encontrou no personagem do super-herói um lugar eficaz para expor o ridículo do mito da invencibilidade. 

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