Desde tempos
imemoriais, o sonho do homem era ter uma casa. Aquecida no inverno, fresca no
verão e protegida das intempéries. Um local onde ele podia se dedicar ao sono,
ao descanso, ao estudo. O passo seguinte foi ter um belo jardim.
Entre os
muros de sua residência criou um microcosmo, uma versão reduzida do mundo
exterior. Um espaço não só para o recreio, mas também para a contemplação.
Espelhos d’água, fontes e correntes imitavam rios e lagos. Plantas exóticas com
desenhos ora caóticos, ora perfeitamente simétricos, remetiam a bosques e
pradarias. Estátuas e escadarias traziam um relevo multidimensional, repleto de
relevos, a espaços muitas vezes reduzidos.
Esta galeria
traz alguns dos mais belos jardins do planeta, ora pequenos e minimalistas, ora
monumentais e mirabolantes. Muitas vezes feitos para o deleite de alguns
poucos, hoje todos estão abertos à visitação.
Em
Keukenhof, Lisse, Holanda, provavelmente o parque de flores mais bonito do
mundo. Localizado a pouco mais de meia hora do centro de Amsterdã, o De
Keunkenhof encontra-se no coração da Rijnland, uma das maiores áreas de cultivo
de tulipas do planeta. Seus bem cuidados jardins e alamedas estão repletos de
espécies de todo o mundo e o parque ainda conta com estufas e viveiros
encantadores.
Koishikawa
Korakuen, Tóquio, Japão. No meio do complexo tecido urbano de Tóquio, uma
pequena mancha verde destaca-se junto à moderna arena Tokyo Dome. Desenhado no
século 17 por membros do clã Tokugawa, é um popular local de passeio. Por sua
importância cênica e histórica, o Koishikawa Korakuen é protegido por uma lei
nacional especial.
Este é o
Museu Quai-Branly, localizado em Paris, França. O mais novo museu de Paris é
dedicado às artes etnográficas das Américas, Oceania, Ásia e África. O
impressionante acervo do Quai-Branly é seu ponto focal, mas o edifício
projetado por Jean Nouvel não passa despercebido. Um de seus destaques é o
jardim vertical, um muro vivo de 200 metros concebido por Patrick Blanc.
Célebre por
cenas marcantes do filme “A Noviça Rebelde”, o Palácio Mirabell ostenta um
jardim de opressiva beleza. É tudo tão limpo e bem cuidado que beira a
falsidade. À sombra do Castelo e da Catedral de Salzburgo, tudo fica ainda mais
encantador. Este belíssimo jardim fica em Mirabell, Salzburgo na Áustria.
Se
estivermos falando de beleza, este sim é um oásis. O Templo e os Jardins Baha’i
localizado em Haifa, Israel, são muito mais que uma religião, o Baha'i prega a
unidade e harmonia entre os povos. Perseguidos na Pérsia (atual Irã)
estabeleceram sua sede em Haifa, em Israel. Seus mirabolantes jardins e
santuários dominam a paisagem da cidade em uma sucessão de degraus e
plataformas suspensas.
O clássico
jardim japonês reflete ambições paisagísticas que refletem um mundo em pequenas
proporções. Construído sob as ordens do senhor feudal Tsuda Nagatada, no século XVII, sobre uma ilhota no rio Asahi, o Korakuen é considerado um dos mais
perfeitos do país. A cidade de Okayama fica a cerca de 1h30 de trem-bala desde
Hiroshima, no centro-oeste do Japão. Destaque para as dramáticas mudanças nas
paisagens sazonais, com cerejeiras e ameixeiras em flor entre março e abril, e
as folhagens de outono entre outubro e novembro. Este é Korakuen, em Okayama,
Japão.
Chatsworth
House, Reino Unido. Em se tratando de belezas naturais, os ingleses sabem como
ninguém apreciar uma sessão de chá ao relento. Um dos países onde a jardinagem
chegou ao status de mania é a Inglaterra. Plebeus e nobres são fanáticos pelo
hobby e o próprio príncipe Charles dedica parte de sua movimentada agenda para
cuidar de suas plantas. Não surpreende então que hajam grandes e bem cuidados
parques públicos e que boa parte dos palácios do país possuam jardins de
esmerado trato. Um dos mais famosos é o de Chatsworth House, a mansão do duque
de Devonshire. Em uma área de mais de 100 acres encontram-se elementos de seis
diferentes séculos. Destaque para a longa cascata e as estufas de plantas
exóticas.
Chateau de
Villandry, Vale do Loire, França. Versalhes pode ser considerado o mais famoso
jardim francês, mas não é páreo para Villandry em termos de elaboração
artística. Seu projeto paisagístico é uma colcha de retalhos e apuro técnico
que faz a alegria dos entusiastas por labirintos e padrões simétricos.
Construído no século 16 por um dos ministros de Francisco I, teve como base
trabalhos renascentistas italianos.
E já que
estamos falando da França, no Palácio de Versalhes, muito da fama dos seus
jardins, vem de seu magnífico palácio, mas, convenhamos, o chateau não teria a
menor graça sem seu magnífico projeto paisagístico. Fontes, estátuas, alamedas,
um imenso tanque d’água e uma complexa trama de perspectivas são suas grandes
atrações. André Le Nôtre coordenou uma grande equipe que incluiu Charles Le
Brun, Jean-Baptiste Colbert e Jules Hardouin-Mansart. O próprio rei dava a
palavra final em muitos dos detalhes desta obra superlativa.
Um festival
de perspectivas e ambientes é virtualmente impossível conhecer os jardins de
Versalhes em toda sua totalidade em apenas um dia.
No Brasil,
também existem belezas exuberantes. No Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, por
exemplo, no Olimpo das grandes atrações turísticas, o Jardim Botânico é um dos
mais discretos campeões na preferência dos turistas. Vitórias-régias enormes,
bambuzais colossais, perspectivas infinitas, orquidários e bromeliários enchem
os olhos dos visitantes aos pés do Cristo. As palmeiras imperiais continuam
ali, imponentes como sempre.
Garden of
Cosmic Specullation, Dumfries, Escócia. A atração central aqui não são plantas
exóticas, nem mesmo uma curadoria botânica. O paisagismo deste curioso parque é
a ciência aplicada em matemática, física e astronomia, com conceitos espelhados
em esculturas, lagos e em seu curioso relevo. Concebido pelo arquiteto Charles
Jencks, esta é uma propriedade particular, mas que ocasionalmente é aberta ao
público.
Palácio de
Caserta, Itália. As amplas perspectivas, o amplo uso da água em fontes,
cascatas e espelhos d'água e o impressionante conjunto barroco do palácio dos
reis de Nápoles valeram ao Reggia di Caserta o título de Patrimônio da
Humanidade pela UNESCO. Localizado a 35 quilômetros de Nápoles, seus amplos
jardins são um passeio que complementam a perfeição a suntuosidade setecentista
do edifício principal.
Em
Generalife, na Espanha, na imensa vega árida da Andaluzia, o Palácio Alhambra,
em Granada, é uma jóia arquitetônica que mantém-se como símbolo maior e mais
duradouro da presença árabe na Europa. O palácio de verão Generalife, logo ao
lado, é um oásis repleto de jardins que traz um bem-vindo frescor ao ambiente,
repleto de espelhos d'água, fontes e pátios. A escadaria cujo corrimão é uma
corrente de água é de delicada sensibilidade.
Este é o
jardim de Huntington Library, em Los Angeles, E.U.A.. Localizado a apenas 20
quilômetros do centro de Los Angeles, o Huntington é uma instituição que reúne
biblioteca, coleção de arte e os famosos e amplos jardins. Mais de 40
jardineiros e 100 voluntários cuidam do parque botânico de 200 acres, que conta
com plantas vindas da Austrália, Japão e China, além de outros mais, com
ambientações típicas. Destaque para a área reservada para diversos tipos de
cactos.
Pequenos ou
monumentais, exóticos ou minimalistas, estes são os magníficos oásis verdes ao
redor do mundo. Não dá vontade de ter um desses ?!
maravilhosos
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